Nas dependências do Centro Cultural João Fona (CCJF) prossegue a
exposição Remando pela Amazônia. O cenário encanta os
visitantes e turistas pela exibição das peças e criatividade. "O
remo, um instrumento do cotidiano dos caboclos da Amazônia, que nos
remete à saída e a chegada em algum lugar, e aqui na exposição vemos
muitas histórias pelas variações da nossa cultura, desde a cerâmica à palharia,
há muita criatividade em cada remo exposto”, observou a aluna do curso de
Turismo do Instituto Federal do Pará (IFPA)/ Campus Santarém, Isabelly Marinho.
A percepção
da aluna ao detectar as variações de linguagens artístico-culturais destacada
na exposição é certeira. A artesã Ana Leal e participante do coletivo de
artesãos que a organizaram em parceria com a pasta da Cultura no município,
detalha sobre a peça produzida por ela.
"Eu inspirei no legado deixado pela minha mãe, a professora
Romana Leal, expressei com cerâmica sobre o folclore, o pássaro Garça. Na
apresentação da dança chamada [Cordão de Pássaro], quando uma menina leva o
pássaro feito em peça artística ornamentando no chapéu. E do outro lado do remo
mais personagens desse folclore, o vigilante do pássaro, que é o pescador. Ele
alimenta e zela pela segurança dos pássaros no folclore e nos rios da nossa
Amazônia. E esse cenário produzido em cerâmica apliquei no remo", explicou
a artesã.
Entre o
coletivo dos artistas ceramista está o paulista Carlo Cury, que muito
contribuiu para a Exposição Remando pela Amazônia. Ele
já realizou exposições anteriores no CCJF, individual, Maria
Mãe de Todos e coletiva, a Sonoridade Ancestral.
"A peça de madeira, o remo, transmite muito da vivência de
raiz amazônica, a liberdade de ir e vir. E fortalece no fluxo dos trajetos
pelos rios dessa imensa Amazônia. O uso da canoa e do remo dos
antepassados ainda persiste", disse Cury.
Sobre Carlo Cury
O paulista
Carlo Cury é formado em Arquitetura pela Faculdade Belas Artes de
São Paulo (SP). Mas foi nas artes plásticas que construiu carreira com uma
extensa produção. O desenho foi uma de suas primeiras formas de expressão. Em
2012, participou da formação do grupo Ubuntu, na cidade de Caraguatatuba (SP),
que reúne artistas plásticos na linguagem tridimensional. Este grupo desenvolve
projetos coletivos como o "Projeto Origens". Cury tem realizado
pesquisas sobre a cerâmica de povos nativos no Pará, Amazonas, Mato Grosso do
Sul e São Paulo, visitando museus e aldeias indígenas.
A exposição Remando pela Amazônia encerra
em 30 de maio. O Centro Cultural João Fona (CCJF) fica localizado na
Avenida Adriano Pimentel, s/n, na área da Praça Barão de Santarém, Bairro
Prainha. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 08h às 18
horas.
Com informações: Agência Santarém
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