Sem dúvida, essa será a
experiência mais marcante da sua viagem por Santarém. Sobretudo se você estiver
disposto a encarar uma trilha de 15 km (ida e volta) para conhecer uma samaúma
gigante com cerca de 900 anos, a Vovozona.
Samaúma gigante da Floresta Nacional do Tapajós, em Belterra, no Pará(foto: Eduardo Vessoni) |
Belterra, município paraense a 65
km de Santarém, é endereço da Floresta Nacional do Tapajós, uma área com quase
530 mil hectares, entre cidades como Aveiro, Placas e Rurópolis.
Considerada uma das mais
visitadas do Norte e uma das mais pesquisadas da Amazônia, segundo o ICMBio,
essa unidade de conservação se destaca pelas iniciativas de uso sustentável com
envolvimento da comunidade local, como a produção de biojoias, couro ecológico
e turismo de base comunitária.
A caminhada para ver a Vovozona é
puxada e exige disposição. Mas essa gigante de cerca de 45 metros de altura não
está sozinha.
Na Flona do Tapajós, a caminhada
passa também por castanheiras, jatobás de mais de 30 metros e tauaris, árvore
usada em rituais indígenas.
Em uma delas, uma timborana, o
guia Ananias Castro se detém, puxa o facão preso à calça e começa a dar golpes
na sapopema, como é chamada cada uma das grossas raízes ao redor do tronco,
para demonstrar os antigos meios de comunicação na floresta.
O som se propaga pela mata e o
silêncio do grupo só é rompido quando Ananias anuncia que a Curupira também
produz o mesmo som.
“A Curupira tem andado por aqui,
é isso?”, pergunto.
“Tem andado e, inclusive, ela
pode estar no meio de nós e ninguém percebe porque ela é um espírito
invisível”, avisa o tranquilo Ananias.
Samaúma gigante da Floresta Nacional do Tapajós, em Belterra, no Pará(foto: Eduardo Vessoni) |
Como funciona
A caminhada só deve ser feita com
acompanhamento de um guia cadastrado, que pode ser contatado na própria
Comunidade Maguari (tel.: (93) 9 9198-3979 / 9 9145-0227), em Belterra, após
registro dos visitantes na portaria de controle do ICMBio.
A entrada na Flona do Tapajós é
grátis e o serviço de guia custa em média R$ 100 (grupo de até 5 pessoas). Na
volta, é possível almoçar no local por R$ 25, cuja estrutura conta também com
hospedagem em rede (R$ 25 com café da manhã).
Devido às dificuldades para se
chegar à samaúma, guias de Santarém e Alter do Chão costumam oferecer uma
trilha alternativa na comunidade Jamaraquá para ver um exemplar menor de
samaúma. Mas nada se compara à gigante da comunidade Maguari.
Como chegar
A comunidade Maguari, onde fica a
samaúma gigante, pode ser acessada por terra, via BR-163, partir da cidade de
Santarém; ou de barco, com saídas de Alter do Chão.
Quem não tem preparo físico ou
disposição para caminhar pela quente e exigente floresta conta também com
praias de rio para banhos, em comunidades como Coroca (tel.: (93) 9 9154-7432
ou (93) 9 9213-0177), onde é possível almoçar, conhecer a produção de
artesanato com pigmentos naturais e ver uma criação de tartarugas amazônicas.
Trabalho artesanal da Comunidade Coroca, em Santarém (foto: Eduardo Vessoni) |
Localizada no rio Arapiuns, um
braço do Tapajós, Coroca fica a 1h30 de lancha de Alter do Chão (R$ 200 por
pessoa, mínimo 4 pessoas) ou a 4 horas de viagem, em barco de linha (R$ 30 por
pessoa / ida) que sai do Mercado Municipal de Santarém.
Embora esteja mais perto de
Santarém, a melhor opção é embarcar em Alter do Chão, de onde saem as lanchas
rápidas da Atufa, no centrinho da vila.
*Matéria de Eduardo Vessoni (VIAGEM EM PAUTA),
durante sua a viagem a Santarém que
contou com o apoio das Secretarias de Estado de Turismo e da Secretaria de
Turismo de Santarém.
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