Dentre as mais variadas espécies de peixes encontradas na Amazônia, em especial na região de Santarém, destacam-se algumas espécies comerciais que são encontradas com frequência e que fazem parte no dia a dia da alimentação dos santarenos. Destacamo-las a seguir.
Pirarucu (Arapaima gigas)
Foto: Igui Ecologia |
Espécie muito apreciada como alimento, contudo em virtude de sua escassez, sua presença nos mercados é pequena, sendo inclusive proibida sua captura entre os meses de novembro e março. É comercializada em mantas, que é a carne, em forma de filé, que fica após a retirada da cabeça, das nadadeiras, e da espinha dorsal, praticamente sem espinhas. Dois métodos de conservação são utilizados: o gelo e a salga, sendo este último o principal.
Receitas típicas feitas com o pirarucu: Pirarucu ao escabeche, Pirarucu ao Camarão, Pirarucu empanado dentre outros.
Curimatá (Prochilodus nigricans)
Espécie de médio porte alcança cerca de 40 cm de comprimento. Caracteriza-se pelo corpo alongado; coloração cinza prateada, ligeiramente azulada no dorso; as nadadeiras caudal, dorsal e anal apresentam numerosas manchas escuras e claras, alternadamente; escamas ásperas ao tato, boca em forma de ventosa, com lábios carnosos sobre os quais são implantados numerosos dentes diminutos em fileiras.
Tambaqui (Colossomamacropomum)
Imagem Internet |
Os tambaquis jovens, conhecidos como bocós, passam o tempo se alimentando e crescendo nos lagos até que se tornem adultos e prontos para a primeira reprodução com cerca de 3 a 4 anos, tendo em torno de meio metro (55 cm). A desova do tambaqui acontece através de uma longa viagem, realizada no final da seca, com a chegada das chuvas, chamada de "piracema", ou migração.
Espécie muito apreciada como alimento e utilizada na piscicultura.
Acari (Loricariidae - família)
Foto: Diego Oliveira |
Dourada (Brachyplatystoma flavicans)
Espécie de grande porte pode atingir mais de 1,5 m de comprimento e 20 Kg. A dourada quando recém capturada exibe uma coloração típica, com a cabeça prateada e o corpo claro com reflexos amarelo-dourados, daí o seu nome comum. Apresenta elevada importância comercial em diversas áreas da Amazônia. É um predador por excelência, atacando vorazmente os cardumes de peixes menores, principalmente peixes de escamas. Realiza longas migrações rio acima na época da reprodução, que supostamente ocorre nas áreas de cabeceiras. É capturada com malhadeiras, espinhel e linha de mão.
Filhote (Brachyplatystoma filamentosum)
Também conhecido como piraíba, carrega a fama de ser o maior peixe liso das águas doces sul-americanas, ultrapassando 2 m de comprimento e podendo chegar a 200 Kg. Estudos têm demonstrado que essa espécie alimenta-se junto ao fundo, onde captura principalmente pequenos bagres. Todavia, persegue também cardume de peixes de escamas em migração.
Pescada (Sciaenidae - família)
São originalmente marinhas e estuarinas, sendo que três gêneros apresentam espécies nas águas doces da Amazônia. Dois deles estão presentes nos mercados de Santarém: Pachypops e Plagioscion. A espécie mais encontrada é a Pescada ou Pescada-branca (Plagioscion squamosissus) — de grande porte, alcança mais de 50 cm de comprimento. Sua alimentação depende do local onde se encontra, podendo ser composta por camarões e peixes. Espécie muito apreciada por sua carne branca e delicada, e por isso apresenta grande importância comercial.
Jaraqui (Prochilodontidae - família)
Foto: Portal Beiju |
Tucunaré (Cichlidae - família)
Foto: Sabor Sonoro |
Tucunaré (Cichla sp.): Espécie que também alcança cerca de 50 cm de comprimento. Provavelmente trata-se de uma espécie nova para a ciência e parece ser restrita ao rio Tapajós.
Tucunaré, tucunaré-pinima (Cichla temensis): Esta espécie alcança mais de 80 cm de comprimento. É a única espécie de tucunaré que pode facilmente ser identificada pela contagem de escamas: mais de 100 numa linha longitudinal.
Além destas, várias outras espécies são encontradas na região como: Apapá (Clupeidae - família); Traíra (Erythrinidae - família); Branquinha (Curimatidae - família); Charuto (Hemiodontidae - família); Aracu (Anastomidae - família); Pirapitinga (Serrasalmidae - família); Piranha (Serrasalmidae - família); Pacu (Serrasalmidae - família); Mapará (Hypophthalmidae - família); Surubim (Pimelodidae - família); dentre outras.
Fonte: Projeto IARA/IBAMA. Peixes Comerciais do Médio Amazonas - Região de Santarém-PA. Brasília, 1998. Fonte: Projeto IARA/IBAMA - Administração dos Recursos Pesqueiros do Médio Amazonas - IARA em Quadrinhos - O Tambaqui, Ano III, nº 3, 3ª edição. Abril/1996 Projeto IARA/IBAMA - Administração dos Recursos Pesqueiros do Médio Amazonas - IARA em Quadrinhos - O Pirarucu, Ano III, nº 3, 3ª edição. Abril/1996
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